Autor: Lívia Felicio Barreto
Data: Março de 2019
Palavras-chave: Colheita mecanizada, convolvulaceae, macronutrientes, perdas, períodos de interferência, Zea mays.
Entre as plantas daninhas importantes na cultura do milho,
destacam-se as cordas-de-viola, sendo que a ocorrência crescente de espécies de
Ipomoea tem causado preocupação e, dentre elas, tem-se Ipomoea grandifolia. Sendo
assim, os objetivos deste estudo foram verificar a interferência de I. grandifolia no
crescimento, acúmulo de massa seca, nutrição mineral e na produtividade do milho;
determinar o período necessário de controle das plantas daninhas para evitar perdas
significativas na produtividade; averiguar se essa comunidade interfere nas
características biométricas e de pós colheita, verificar se a interferência decorre de
efeitos negativos no processo de colheita mecanizada bem como determinar o
impacto econômico sobre a cultura. Foram realizados dois experimentos simultâneos
por dois anos agrícola, sendo um composto por 14 tratamentos denominado
“Experimentos para períodos de interferência” e, outro paralelo composto por seis
tratamentos denominado “Experimentos para interferência na colheita mecanizada”.
Para o experimento de períodos, a cultura foi submetida a períodos crescentes de
convivência e controle da comunidade infestante sendo estes: V2, V4, V6, V8, V10 e V12
e mais duas testemunhas; já para os experimentos de colheita mecanizada os
tratamentos constituíram-se dos estádios crescentes de controle: V2, V4, V6, V8 e
também duas testemunhas, ambos em delineamento em blocos casualizados. Os
experimentos foram realizados a campo, recebendo semeadura de I. grandifolia. Para
evitar interferência de outras espécies de plantas daninhas foram realizadas capinas
seletivas. As plantas de I. grandifolia não interferiram no crescimento inicial da cultura
do milho, mas, interferiram no acúmulo de massa seca e macronutrientes, porém não
alterando os parâmetros biométricos da cultura, nem as características quantitativas
das espigas. O período crítico de prevenção à interferência - PCPI compreendeu os
períodos dos estádios V4 ao V12, considerando um nível de perda aceitável de 5%. As
plantas de milho que permaneceram por um maior período convivendo com plantas
de I. grandifolia, nos tratamentos no Mato, V2 e V4 no ano de 2016/17, foram afetadas
negativamente, com menor produtividade, e prejudicaram a eficiência mecânica da
colheita, aumentando o fluxo de alimentação, demorando um tempo maior para
realização da operação nestes tratamentos; aumentaram também as impurezas
(grandes números de sementes e restos vegetais de I. grandifolia), e as perdas foram
significativamente maiores quando comparadas com os demais tratamentos.
Economicamente, a manutenção da cultura no limpo facilitou a viabilidade da colheita,
resultando em maiores ganhos econômicos para o produtor quando comparado com
os tratamentos com menores ou nenhum período de controle.