Produção Científica // Dissertações

PERÍODOS DE INTERFERÊNCIA DE Mucuna aterrima (Piper & Tracy) EM CANA-DE-AÇÚCAR E SEU CONTROLE QUÍMICO

Dissertações

Autor: Fernanda Nunes Bressanin
Data: Agosto de 2014
Palavras-chave: Saccharum sp., mucuna-preta, eficácia .

Resumo:

A cana-de-açúcar é uma cultura que extrai grande quantidade de
nutrientes do solo e, para recompor parcialmente a fertilidade, os produtores têm
como opção a utilização da adubação verde por ocasião da reforma do canavial. A
mucuna-preta (Mucuna aterrima), umas das espécies mais indicadas como adubo
verde, quando não manejada corretamente pode se tornar uma planta daninha e
assim interferir direta e indiretamente na cultura. Um dos fatores que vai condicionar
o grau de interferência é o período de convivência entre a cultura e as plantas
daninhas. Destacam-se três: período total de prevenção da interferência (PTPI),
período anterior à interferência (PAI) e período crítico de prevenção da interferência
(PCPI). Desta forma, o objetivo foi determinar os períodos de interferência de
mucuna-preta na cana-de-açúcar e a eficácia de herbicidas aplicados isoladamente
no controle dessa espécie em pré e pós-emergência. No experimento de períodos
de interferência foram aplicados 18 tratamentos separados em dois grupos No
primeiro deles, do 1º ao 9º tratamento, a cultura permaneceu livre da interferência
das plantas daninhas desde a emergência até sete épocas do seu ciclo de vida: 0-15
dias, 0-30 dias, 0-45 dias, 0-60 dias, 0-90 dias, 0-120 dias e 0-150 dias, 0-180 dias,
0-colheita. No segundo grupo, do 10° ao 18° tratamento, procedeu-se o contrário, a
cultura permaneceu em convivência com a comunidade infestante desde a brotação
até os mesmos períodos descritos anteriormente. Foi utilizado o delineamento
experimental em blocos casualizados, com quatro repetições por tratamento. Os
resultados obtidos foram submetidos à análise de regressão, sendo os períodos de
interferência determinados considerando-se 5? perda na produção. Para o
experimento de controle de mucuna-preta em pré-emergência foram utilizados os
herbicidas amicarbazone (1225 g i.a. ha-1); tebuthiuron (900 g i.a. ha-1) e
sulfentrazone (600 g i.a. ha-1) e para os experimentos aplicados em pós-emergência,
além dos três herbicidas anteriores, foram utilizados 2,4 D amina (670 g i.a. ha-1);
atrazine (3250 g i.a. ha-1); carfentrazone-ethyl (35 g i.a. ha-1) e mesotrione (132 g i.a.
ha-1) aplicado isoladamente em pós-emergência em plantas em três diferentes
estádios de desenvolvimento: Experimento 1: Duas folhas desdobradas (BBCH - 12);
experimento 2: Sete gemas laterais visíveis (BBCH - 27) e experimento 3: 50% do
comprimento máximo alcançado (BBCH - 35). O delineamento utilizado foi o em
blocos casualizados, com quatro repetições por tratamento. A variável avaliada
(eficácia) foi submetida à análise de variância pelo teste F, e as médias, comparadas
pelo teste de Tukey a 5? probabilidade. O PCPI da cana-soca, cultivar RB
855536, abrangeu 138 dias do ciclo da cultura, dos 50 aos 188 dias após a brotação.
A mucuna-preta apresentou acúmulo crescente de massa seca durante todo o
período de avaliação e reduziu em até 50% a produtividade de colmos da cana-de-açúcar.
No manejo químico em pré-emergência, verificou-se que os herbicidas
amicarbazone e tebuthiuron, proporcionaram 100% do controle das plantas de
mucuna-preta. Na pós-emergência, o herbicida amicarbazone controlou 100?espécie estudada nas três épocas de aplicação; também foi observada a morte das
plantas com duas folhas desdobradas (BBCH - 12) pelos herbicidas sulfentrazone e
atrazine e pelo tebuthiuron e atrazine em plantas com sete gemas laterais visíveis
(BBCH - 27).