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EFEITOS FISIOLÓGICOS DA FOTOINIBIÇÃO DA FOTOSSÍNTESE EM PALNTAS JOVENS DE CAFEEIRO (Coffea arabica L.)

Teses

Autor: Jurandi Gonçalves de Oliveira
Data: Fevereiro de 2000
Palavras-chave: Fluorescência, Café, Fotossíntese.

Resumo:

A espécie Coffea arabica é considerada sensível às baixas temperaturas, podendo ser afetada em todo o seu ciclo. Essa espécie, principalmente na fase jovem, quando exposta à luz, após um período sob baixa temperatura, se torna mais sensível. Considerando a importância econômica da cultura cafeeira como item de exportação e ocupação de mão de obra agrícola no país, E reconhecendo que o cultivo do cafeeiro É afetado pela sazonalidade dos eventos climáticos adversos, dentre eles as temperaturas de resfriamento, a proposta deste trabalho justifica-se não só pelos aspectos de investigação básica, corno também pelas aplicações agronômicas que oferece, subsidiárias para os estudos visando o melhoramento genético desta cultura. Este trabalho teve como objetivo avaliar os efeitos da temperatura de resfriamento na atividade do PSII e na susceptibilidade à fotoinibição, através do estudo da cinética de fluorescência da clorofila a, e a participação dos pigmentos cloroplastídicos na tolerância e na capacidade de recuperação dos danos sofridos pelo tecido fotossintetizante de plantas jovens de cafeeiro. A temperatura de resfriamento inibiu O acúmulo dos pigmentos cloroplastídicos, alterando a capacidade do tecido fotossintetizante de plântulas estioladas de cafeeiro em captar e transferir a energia luminosa até os centros de reação do PSII. Consequentemente, houve uma redução na eficiência de utilização da energia quântica por parte do PSrr. O resultado foi uma atenuação da fluorescência emitida e redução (com exceção para Fo) no tempo de ocorrência dos transientes, provavelmente, em resposta a uma menor concentração de clorofila a e às limitações no fluxo de elétrons através do PSII . Houve uma tendência de aumento no empilhamento dos tilacóides, ou seja, uma maior organização do conteúdo de membranas dos cloroplastos com o aumento no conteúdo dos pigmentos cloroplastídicos. Quando as plantas foram submetidas ao tratamento de resfriamento, o estresse causado pelo frio gerou um desarranjo no aparelho fotossintético, induzindo uma queda no nível de empilhamento (organização) das membranas que constituem os tilacóides e, consequentemente, na eficiência quântica do PSII. Com a mudança da temperatura de 10 para 25°C, houve um aumento no nível de organização das membranas dos tilacóides e, apesar da síntese dos pigmentos ter sido inibida em mais de 50% após o tratamento de resfriamento, a eficiência quântica do PSII foi reestabelecida. Os resultados indicaram uma redução generalizada na eficiência quântica do PSII quando as plântulas de cafeeiro foram mantidas no escuro. A redução ocorreu tanto nas plântulas submetidas ao tratamento de resfriamento, quanto no material controle. Isso demonstra que não apenas A temperatura de resfriamento estaria atuando como causa dessas alterações na atividade do PSrr. É provável que tenha ocorrido um esgotamento das reservas do tecido, com a taxa respiratória excedendo à fotossintética, já que essa era nula, uma vez que a energia de excitação esteve comprometida pela permanência das plântulas no escuro. As plantas de cafeeiro que foram submetidas ao tratamento fotoinibitório (2500 Umol/m2.s), após o tratamento de resfriamento, sofreram um Dano maior no aparelho fotossintético. Nessas plantas, a recuperação da eficiência quântica do PSII foi muito inferior a das plantas mantidas em 25°C . Conclui-se que a manutenção da integridade das membranas dos tilacóides pela ação protetora dos pigmentos cloroplastídicos é fundamental, mais que a concentração desses, para a conservação de alta eficiência quântica do PSII' O tecido fotossintetizante após tratamento de resfriamento não foi capaz de recuperar plenamente a sua atividade quando as plantas foram expostas à densidade de fluxo de fótons fotos sintéticos de 2500 J.1Inol/m2.s.