Produção Científica // Teses

INTERFERÊNCIA DE Digitaria insularis EM Coffea arabica E RESPOSTAS DESTAS ESPÉCIES AO GLYPHOSATE

Teses

Autor: Leonardo Bianco de Carvalho
Data: Janeiro de 2011
Palavras-chave: Café; planta daninha; competição; herbicida; resistência.

Resumo:

O capim-amargoso (Digitaria insularis) é uma importante planta daninha na
cultura do café, onde pode estar sendo selecionada devido à aplicação frequente de
glyphosate. Os objetivos foram (i) estudar os efeitos da convivência do capim-amargoso
sobre o processo fotossintético, a nutrição mineral e o crescimento inicial do cafeeiro;
(ii) estudar os efeitos da aplicação de glyphosate sobre o processo fotossintético, a
nutrição mineral e o crescimento inicial de plantas jovens de café; e (iii) detectar a
resistência do capim-amargoso ao glyphosate e investigar mecanismos de resistência
da planta daninha ao herbicida. Os experimentos com plantas de café foram realizados
na Universidade Estadual Paulista, Câmpus de Jaboticabal, SP, enquanto aqueles
sobre resistência do capim-amargoso ao glyphosate foram desenvolvidos na
Universidade de Córdoba, Espanha. Os tratamentos para o experimento de convivência
constituíram-se de densidades crescentes de capim-amargoso convivendo com uma
planta de café. Foram avaliadas características fotossintéticas e de crescimento, teores
e acúmulos de macronutrientes. Os tratamentos para os experimentos de aplicação de
glyphosate em cafeeiro constituíram-se de doses crescentes do herbicida, além de
estádio da planta na aplicação e época de avaliação. Foram avaliadas características
fotossintéticas e de crescimento e teores de macronutrientes. Nos estudos de
resistência, os tratamentos constituíram-se de biótipos de capim-amargoso, doses
crescentes de glyphosate, partes da planta e época de avaliação. Foram avaliados
massa fresca e seca, concentração de ácido chiquímico, ângulo de contato, retenção
foliar, absorção, translocação e metabolismo do glyphosate. A taxa fotossintética da
unidade foliar pouco foi influenciada pela convivência com capim-amargoso, porém o
processo fotossintético global do cafeeiro foi reduzido, influenciando assim no
crescimento inicial da cultura. A nutrição mineral do cafeeiro foi afetada negativamente
pela convivência com capim-amargoso, influenciando no crescimento inicial da cultura.
O crescimento inicial do cafeeiro foi reduzido em virtude da convivência com capim-amargoso. A densidade crítica para interferência de capim-amargoso em cafeeiro foi de
uma planta por cova. O processo fotossintético do cafeeiro, no geral, foi estimulado com
a aplicação de sub-doses de glyphosate e reduzido em doses mais altas, ao menos até
duas semanas depois da aplicação. O efeito estimulante sobre a fotossíntese foi
dependente do estádio da planta no momento da aplicação. Os teores de fósforo,
magnésio e enxofre foram reduzidos em função da aplicação de doses crescentes de
glyphosate. O efeito da aplicação do glyphosate sobre a nutrição mineral do cafeeiro foi
pouco influenciado pelo estádio da planta no momento da aplicação. A resposta do
crescimento inicial de plantas de café à aplicação de glyphosate foi dependente do
estádio da planta no momento da aplicação. Plantas mais jovens não apresentaram
estímulo no crescimento inicial quando expostas à sub-doses de glyphosate; porém,
quando a aplicação foi feita em estádio mais avançado, houve estímulo do crescimento.
Foi detectado biótipo de capim-amargoso resistente ao herbicida glyphosate por meio
dos experimentos de dose-resposta e acúmulo de ácido chiquímico. Não houve relação
da retenção foliar e do ângulo de contato com a resistência de capim-amargoso ao
herbicida glyphosate. A absorção é mecanismo indireto de resistência do capim-amargoso ao herbicida glyphosate. A translocação é mecanismo de resistência de
capim-amargoso ao herbicida glyphosate. O metabolismo é mecanismo de resistência
do capim-amargoso ao glyphosate.